Simplesmente a professora Elliot em seu workshopping repete o exercício feito em sala de aula quando da ocasião do assassinato de Martin Luther King: ela separa alguns dos seus alunos, por um atributo físico inegável, desta vez a cor dos olhos, rotulando-os, e, desta forma fazendo que pessoas que, geralmente sem perceber, cometem discriminação sejam colocadas no lugar de quem sofre todos os dias a segregação.
O caso explicitado por Elliot, a situação do negro nos EUA, vem se perpetuando mesmo após séculos do assassinato de Abraham Lincoln (Presidente norte-americano que assina a emancipação do negro norte americano) e até mesmo depois de décadas do assassinato de Martin Luther King Jr.(Pastor Batista que lutava pelo direito dos negros norte-americanos durante os anos 60), continua a mesma.
Uma comunidade envolta em um sistema sócio cultural, onde pessoas são pré selecionadas para conseguirem ou não reconhecimento, onde situações são forjadas para a perpetuação de (pre)conceitos, e que se repetem de forma a manipular situações para que a elite “branca” permaneça no local de onde nunca saiu, no poder. Tendo também o reforço diário, pois, a discriminação e o racismo são reforçados todo o tempo, desde a mais tenra infância onde as crianças são levadas a acreditar que o jeito "certo" é esse que vivemos. (Lembro-me que quando era criança minha mãe tinha que “espichar” meus cabelos, caso contrário eu era espacanda por meus “coleguinhas” já que trança não era “penteado de gente”).
A pior parte do drama explicitado por Elliot é que todos os dias esse lamentável comportamento é perpetuado, como nos ela nos afirma ao dizer que “a única coisa necessária para perpetuar o mal é que pessoas boas se omitam”.
Trazendo então esta questão para o olhar brasileiro, percebemos também aqui um racismo forte, porém disfarçado de aceitação. Brasil este que,se comparado a outros países é um país relativamente jovem e que teve a escravidão fazendo parte durante muitos anos do nosso cotidiano, legitimada pelas leis em vigor neste periodo histórico, como coisa normal, corriqueira, e que as questões sobre discriminação e racismo não são vistas como deveriam se vistas, desta forma os questionamentos levantados por Mrs. Elliot são extremamente pertinentes.
O racismo camuflado, no qual as pessoas são levadas a acreditar que não está acontecendo nada de “anormal” em segregar alguem, ou pior, o sistema consegue ser mais perverso ainda: leva o indivíduo que sofre a discriminação a acreditar que ele é o culpado da situação discriminatória em que vive.
É fácil, para não dizer ridículo, acreditar que em algum momento possamos sentir ou visualizar o que as minorias que são discriminadas sentem,
As chamadas minorias (neste pacote estão inclusos, índios, negros, mulheres, homossexuais, deficientes físicos e etc.) cada uma delas em uma instância, sem fazer parte do rol de pessoas listadas como “normais”. Conseqüentemente, somente a esses cabem conceber as tão imaginadas ações reparadoras, pois, como mesmo citou Mrs. Elliot. “Não se pode perdoar algo que seja feito a outras pessoas”.
As chamadas minorias (neste pacote estão inclusos, índios, negros, mulheres, homossexuais, deficientes físicos e etc.) cada uma delas em uma instância, sem fazer parte do rol de pessoas listadas como “normais”. Conseqüentemente, somente a esses cabem conceber as tão imaginadas ações reparadoras, pois, como mesmo citou Mrs. Elliot. “Não se pode perdoar algo que seja feito a outras pessoas”.
Concluindo, não é possível negar que a questão racial, que vem sendo colocada como ilusória, é verdadeira, é a situação inferiorizada em que o negro vem sido visto ao longo destes séculos vem se perpetuando. Também não podemos nos esquecer que a omissão fortalece esse processo de degradação então, cabe a nós como pessoas inteligentes, não permitir que nos tornemos os monstros que a história aponta, por sabermos que a maioria dos preconceitos e genocídios foram feitos por alguém que achava que estava fazendo o que é certo.
Referências Bibliográficas.
ELLIOT, Jane. Olhos Azuis- Disponível em < http//: WWW.filmespoliticos.blogspot.com> .aceso em 17/09/10
Autores diversos, Racismo Cordial- Folha de São Paulo, Especial,
SANTOS,Hélio. A busca de um caminho para o Brasil,